quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Deu no Documento Reservado

Tem que ter diploma, sim senhor!
Mussa José Assis

Três em quatro brasileiros querem que o jornalista tenha diploma. Este dado é de uma pesquisa divulgada ontem. O Instituto Sensus ouviu duas mil pessoas em cinco regiões brasileiras e 24 estados, entre 15 e 19 de setembro, e o resultado foi o seguinte: 74,3% a favor do diploma, 13,9% contra e 11,7% não souberam ou não responderam. Acho que 13,9% dos pesquisados são burros e 11,7% bobocas. É claro que não há o que se discutir: hoje, só pode exercer a profissão de jornalista quem se bacharelou em jornalismo. E ponto final. Sou de uma época em que o curso de jornalismo estava começando a aparecer. Apenas uma escola, em São Paulo , a Gásper Líbero, formava as primeiras turmas, no início da década de 60. Aqui no Paraná ensaiava-se a criação do curso, na Universidade Federal do Paraná. A Católica se apressou e abriu o Jornalismo quase simultaneamente com a Federal.

Era um curso da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e passou a funcionar em salas emprestadas do Colégio Santa Maria, dos Irmãos Maristas. Hoje temos várias faculdades na Capital e em universidades do interior, formando profissionais bons e preparados para tocar jornais, tevês, rádios, sites, blogs etc. Por que, então, discutir a necessidade do diploma para se exercer a profissão? Que tal, então, fazer o mesmo com médicos, dentistas, engenheiros, advogados? Pois não é que o Supremo Tribunal Federal está para julgar uma ação questionando a exigência do diploma para o exercício do jornalismo. É o fim da picada. Tenho seis filhos. Um deles quis seguir a minha profissão e não teve outro caminho: cursou os quatro anos de jornalismo, foi buscar um aprimoramento na Espanha e só então procurou emprego numa redação. É isso. E xingo quem pensar diferente.

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