segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Beijo entre crianças

Sou tão preocupada com o modelo de pessoas da nossa geração, com o modelo de pessoas da geração seguinte. Sempre faço escolhas e tento impor, as vezes erroneamente, minha forma de pensamento aos outros acreditando que temos que pensar, refletir e agir com mais consciência principalmente nas atitudes com nossas crianças. Exemplificando: falo daquela história de mãe em loja de brinquedo que não deixa a criança escolher o que gosta, impõe a compra de acordo com o sexo. Tem também a escolha das roupas de acordo com a cor. Mas todo esse papo, quem me conhece, já está saturado de ouvir. Ao mesmo tempo que acredito ter idéias revolucionárias para fazer da geração seguinte, um modelo de paz, amor ao próximo, igualdade social, etc etc etc, ainda tenho dentro de mim um único e grande preconceito: o da liberdade sexual. 

O assunto deste post surgiu porque domingo, no Santa Mônica, vi quatro meninas e três meninos, da idade média entre 5 e 10 anos forçando a barra uns com os outros para se beijarem na boca. A meninas diziam: beija beija beija, os meninos se beijavam, e um outro gritava: bichona bichona, bichona. Cade os pais dessas crianças? Não necessariamente e apenas naquele momento, mas antes disso, quando falou com o filho sobre não ser imposto a fazer determinada coisa, ou ser autosuficiente e não dever nada a ninguém, a respeitar o próximo, a cuidar de si mesmo, ...a todo o resto. O que essa atitude das crianças implica? Implica muita coisa. E não me restrinjo ao homosexualismo, mas a tudo que citei anteriormente: respeito, segurança.

Essa é uma das atitudes que me faz pensar que tudo é culpa dos pais. Essas crianças poderiam ser tudo que a gente está precisando para salvar o planeta, salvar a si mesmos. Estabelecer a paz apenas com mudanças de atitude, mas os pais não as percebem e as criam como foram criados, porque afinal é mais fácil.

(...) Li esse post e acabei percebendo que está difícil entender o que quero passar. Então vou ficando por aqui com pena de colocar minha filha como única na frente de batalha na salvação da nossa humanidade.

7 comentários:

Si Señorita! disse...

Paula, eu acho que entendi o que vc queria passar com esse post... mas olha só, tem coisas que são intrínsecas da natureza infantil sabe? a maioria delas tem um lado cruel que a psicologia explica, mas tudo isso dentro de um limite né? pois os extremos são sempre preocupantes!
Esse lado "cruel" poderia ser exemplificado nesse caso que vc citou!...e é aí que cabe, a nós pais, de uma forma inteligente usar um método que acho maravilhoso... invertermos a situação colocar os nossos filhos no lugar do outro, para que ele sinta na pele o que o outro sentiu quando foi achincalhadao...é uma forma maravilhosa de exercitar o senso ético!!

Ps: LI um livro do Içami Tiba que tinha um tópico específico sobre isso...vou ver o nome e te passo. É muito legal. bjinho

Andréa

Anônimo disse...

oi Ana, achei interessante o seu post. Mas discordo. Acredito que não seja culpa dos pais. Desde que o homem é homem, existe curiosidade. E, de fato, aguçada por modelos televisivos, como as novelas Malhação da vida. Acho natural e sem maldade. Acho que se os pais adotarem uma postura repressiva e punitiva quanto a este tipo de comportamento dos seus filhos, isso talvez se reverta num futuro distante de forma mais acentuada.

Quanto a frente de salvação do planeta. "É mais fácil empurrar com a barriga e deixar o abacaxi para os netos". As mudanças são reais, e o tempo é agora.

Aconselho a não colocar sua filha como única na frente de batalha. Você deve ficar com pena dela. Afinal de contas, frente de batalha é quem vai na frente; quem recebe os primeiros tiros.

Me desculpa. Fazia tempo q não lia seu blog.

e um último comentário

imagina a infância sem beijo, que chata q seria...beijo é saudável, é carinho, no caso da historinha, é adrenalina, é fazer coisa errada, equivale a jogar ovo pela janela...sabe?
deixa tua filha pegar uns germes lá fora...senão ela vai ser uma adulta mto chata...

Teobaldo Mesquita disse...

Os meninos de Platão eram aliciados pela verborréia, mas a paixão mesmo que desinibida era praticada às escondidas.
Nossa geração é a geração da transição, do reconhecimento dos problemas do planeta, do despertar dessa consciência.
Vê como as coisas não se encaixam ?
Para não dizer `` nada `` , é que pouco fazemos por uma humanidade justa e fraterna a salvar o mundo em que vivemos. E, salvar em todos os sentidos....

Daí que mesmo sendo `` a transição `` , damo-nos às furtadelas, porque não temos Inquisições, Revoluções armadas, Regimes de exceção. Esbaldamo-nos por assim dizer.

Quem aproveita tudo isso ?
O mercado.
Que mercado ?
Todo o mercado que explora a liberdade com a qual não sabemos viver.
É evidente que meninos beijando-se em público não seja normal.
Uma sociedade por mais liberal que seja, só o será com sucesso em todas as atividades humanas, se ponderar-se em padrões. É preciso de padrões para que valorizemos as pequenas exceções.

Quer um exemplo ?
Como somos burros antropológicos, que mercado mais excitante e atrativo como o que a Tv Globo dispõe para embargar padrões nesse chamado periodo de transição comportamental ?

Anônimo disse...

A maldade está nos adultos, eram crianças inocentes brincando. O que me assusta é a criança chamar a outra de "veado"... mas ninguém comentou esse fato.

As pessoas mudam quando têm filhos e jogam seus medos nas crianças. Lembrando que em muitos países homens se beijam na boca para dar oi. É cultural, é parte dos nossos preconceitos.

Acredito que ninguém se transforma em gay ou lésbica, então, qual o medo dos pais?

Anônimo disse...

é por essas e outras que evito que meu filho assista televisão, principalmente novelas...

Anônimo disse...

eu acho q é tudo culpa da 'observante'. ela deve ter olhado taaaaanto prás crianças, que elas se sentiram no DEVER de chocá-la.

Se eu fosse uma das crianças (o que de fato, não seria impossível de acontecer), eu pediria prá 'observante' beijar meu umbigo.

Anônimo disse...

eu tb ñ deixo meus filhos assistirem televisão. A única coisa que eu deixo eles assistirem é chaves.

CHaves é filosofia pura.